quarta-feira, 27 de julho de 2016

Iº AUDAX (BRM) VALE DO CAÍ
24-07-16

Só pra lembrar: o ciclismo necessita de apoiadores (click na foto para ampliar)





Já ouviu falar em “briefing”? Então... É uma reunião entre organizadores e participantes na véspera da prova. Todas as informações para que o percurso seja seguro e os “randonneurs” possam tirar proveito máximo da pedalada. Locais perigosos, Pontos de Controle, Pontos de Apoio, recomendações de segurança, etc, são aspectos abordados para reduzir o fator surpresa durante o desenrolar do evento. E a galera está ali, atenta às palavras de Sirlei Ninki, diretora de prova da Sociedade Audax de Ciclismo, de Porto Alegre - RS





O briefing do Audax (BRM) Vale do Caí aconteceu nas dependências do CTG 15 de Novembro, dentro do Parque Centenário, de Montenegro – RS, local de partida e de chegada da prova.
Primeiro reunião. Depois, jantaxxxxxxxxxxxxxx............ ali mesmo, no galpão do CTG.
O presidente de Aciclomont, Paulo Petry, agradeceu à Prefeitura de Montenegro e ao CTG a disponibilidade do espaço para sediar o Iº Audax do Vale do Caí.




No outro dia...
Vistoria das bikes pela equipe da Sociedade Audax de Ciclismo.




Quem é bom de pedal está sempre otimista. 200 km? Ah.... isso não é nada! (Rafael Rosa e Gustavo Faller)




Últimos preparativos para que tudo saia perfeito.




Pelotão tomando forma para a largada.








Só o Audax Vale do Caí tem uma comissão de frente de mulheres ciclistas. Elas apresentaram a cidade de Montenegro aos visitantes, percorrendo as principais ruas e avenidas.




Na passagem pela orla do Rio Caí alguns ciclistas pararam para fotografar. Logo depois, se reconectaram ao pelotão.




Iniciando a maratona pra valer. Pelotão liberado para cada ciclista seguir no seu próprio ritmo.






A primeira parada obrigatória foi na cidade de Brochier. Carimba passaporte, come um pedaço de cuca para reabastecer, tira uma foto na entrada do Parque da Expofesta junto com o carvozito, sobe na bike e força nos pedais...




Nem todas as paradas são obrigatórias no Audax e no Desafio. Mas não dá pra perder a chance de registrar a passagem pela cascata Vitória, em Maratá. Não precisa nem dizer porquê.




Rafael Rosa e Jéferson Silva ainda conseguiam rir depois de pedalar os 200 km do Audax.




Alegria de estreante: Márcia Brand e Gabriela Mota completaram o percurso do Desafio de 75 km e deixaram uma marca histórica. Elas são as primeiras mulheres ciclistas de Montenegro a participar de um evento da SAC.





Já era noite e os ciclistas continuavam chegando, cansados mas realizados. Alex Edinger, membro do grupo Pedal na Estrada, recepcionava o pessoal com o Certificado e a Medalha de Participação.


Fotos: Biciclube, Aciclomont e Pedal na Estrada 

terça-feira, 26 de julho de 2016



O QUE NEM SEMPRE SE VÊ

O domingo 24 de julho de 2016 foi marcante para o mundo do ciclismo por duas razões: realização da etapa conclusiva do Tour de France, vencido por Chris Froome, e a primeira edição do Audax Vale do Caí, com saída e chegada em Montenegro – RS,  depois de atravessar os municípios de Brochier, Maratá, São José do Sul, Pareci Novo, Salvador do Sul, Barão, Tupandi, Bom Princípio e São Sebastião do Caí. Uma maratona sobre a bicicleta, passando por estradas nem sempre em condições ideais, mas com tudo aquilo que o bom randonneur procura.
Quem gosta de enfrentar as provas tipo BRM faz a sua inscrição através do site de algum clube promotor do evento e simplesmente espera chegar o dia para curtir uma pedalada longa, aproveitando a paisagem e a companhia dos amigos velhos e novos. Pura diversão, com um toque de dificuldade às vezes, mas que valoriza o trajeto e proporciona sempre uma experiência pessoal muito gratificante. O que muitos não sabem é que para fazer acontecer um brevet, um grupo grande de pessoas deve ser mobilizado e um planejamento minucioso deve ser elaborado. Em relação ao Audax do Vale do Caí, a Sociedade Audax de Ciclismo (SAC) de Porto Alegre contou com a consultoria do grupo Pedal na Estrada e com o suporte institucional e operacional da Associação Ciclística Montenegrina (ACICLOMONT).
Tudo começa pela definição de um roteiro que seja o melhor possível para os ciclistas, isto é, seguro e interessante do ponto de vista esportivo, cultural, turístico, paisagístico e humano, pela possibilidade de interagir com a população de cada lugar. Sim, por que um evento com essa dimensão causa um impacto significativo em comunidades pequenas e não passa despercebido. Impacto visual, pelo menos. Muitas pessoas estão vendo pela primeira vez aquele desfile de ciclistas equipados com capacetes, coletes refletivos, óculos e luvas, pilotando bicicletas especiais, em grupos ou isolados, visivelmente focados em cumprir um objetivo: percorrer um caminho desconhecido para muitos, dentro do limite de tempo que a regra do Brevet Randonneur Mondiaux BRM estebelece. Basta prestar atenção ao semblante dos ciclistas: uns descontraídos, outros mais tensos, mas todos perseguindo uma meta de superação. E segue a caravana ultrapassando obstáculos. Em 200 kilômetros de percurso, 5 ou 6 km de estrada de terra é um tributo muito barato a pagar pelo que se recebe. Algo em torno de 3% de IPP (Imposto sobre o Prazer de Pedalar). Afinal, esse é o panorama da região colonial do sul do Brasil que muitos querem conhecer e por isso aceitam o “desafio”. Sabor de aventura, sabor de “cuca”, sabor de bergamota... Quem acha ruim pedalar (de speed) por 2 km de terra deve refletir sobre esses imigrantes que estão ali há cinco gerações produzindo - e transportando - alimentos para as cidades. Além do mais, França e Itália realizam provas clássicas de ciclismo profissional competitivo em estradas com trechos de terra e pedra.
Outro aspecto que deve ser destacado na realização de um brevet é o operacional. A atividade inicia na véspera. Tarde de briefing, noite de jantax. Ninguém pode reclamar de falta de informações. O briefing serve justamente para alertar sobre as condições das estradas, pontos que oferecem algum risco, locais onde se encontra descanso, abastecimento, mais informações, etc. Logo em seguida, um jantax para confraternizar e garantir uma boa reserva de energia para o dia seguinte. Depois é cama, por que a jornada começa de madrugada.
Às seis horas da manhã começam a chegar os participantes. Identificação, vistoria dos equipamentos obrigatórios, últimos preparativos... Quem vai imaginar que a subestação de energia elétrica do local de largada do Audax vai explodir durante a noite e causar algum transtorno na recepção dos ciclistas? Improvisa-se na base da lanterna mesmo. Nem todos percebem essa baita encrenca, sinal de que tudo está funcionando dentro da normalidade. A sorte está a favor. O tempo está excepcionalmente ótimo, no meio de uma seqüência de dias chuvosos! O dia já está clareando. Largou.
Agora é despachar as equipes para os Postos de Controle e para os Postos de Apoio, aguardar a passagem dos ciclistas, fazer a coisa acontecer. Carregar água, frutas, equipamentos para estruturar o PC e “se mandar” para chegar antes do pelotão. E tem ciclista voador que chega ao PC antes mesmo deste ter sido aberto! Tudo bem que é brevet, mas de bicicleta, não de avião! Enquanto isto outros grupos se revezam para locais em que pode ocorrer confusão quanto à direção a seguir. É preciso evitar a desorientação. O mapa da rota é bastante didático e fala por si, mas a presença de voluntários pelo caminho também é importante para troca de informações entre participantes e organizadores. Assim o ciclista se sente mais seguro e amparado, caso haja necessidade de pedir socorro por causa de acidente ou problema mecânico. A estrutura da equipe tem limitações, mas faz-se o possível. E essa movimentação dura o tempo todo, com as condições de mobilidade e de comunicação que se tem.
Num brevet de inverno a noite chega cedo. Uns já finalizaram, outros ainda estão na estrada correndo contra o tempo, único fator que interessa para homologar o BRM. Aí fura um pneu que tem de ser consertado no escuro. Se tiver um ou mais parceiros acompanhando, melhor. Se não, é resolver sozinho mesmo. Subir na bike e continuar. Vem aquela câimbra outra vez... Falta pouco. Vou conseguir. Será? Quando estoura o limite de tempo nem todos conseguiram chegar. Vai ficar para uma próxima oportunidade. Tudo bem. Tomara que seja tão legal novamente.

Aí, para encerrar a parada, ouvir de um ciclista que não tem nenhum motivo para fazer média, não tem nenhum motivo para agradar um simples voluntário desconhecido, chegar todo estropiado depois de pedalar durante 14 horas e dizer satisfeito: “pô... vocês estão de parabéns... que organização...” 

terça-feira, 12 de julho de 2016

AUDAX VALE DO CAÍ

Confirmado.
Montenegro vai ser sede de um Brevet Randonneur Mondiaux (BRM) no próximo dia 24 de julho, com a chancela da Sociedade Audax de Ciclismo. O trajeto foi definido pela Aciclomont com a consultoria de ciclistas de Montenegro, Pareci Novo, Maratá e Brochier. Além dessas cidades mencionadas, também foram incluídos os municípios de São José do Sul, Salvador do Sul, Barão, Tupandi, Bom Princípio e São Sebastião do Caí, totalizando um percurso de 200 km com saída e chegada no Parque Centenário, a serem percorridos pelos randonneurs, termo que designa ciclistas de longas distâncias. Depois de um período de tratativas com a Diretora de Prova e dirigente da SAC, Sirlei Ninki, até que tudo fosse detalhado e planejado para atender as exigências do Audax Club Parisièn, entidade francesa que homologa esse tipo de modalidade de ciclismo, está praticamente tudo pronto para a realização do brevet. Assim, o Vale do Caí passa a integrar o “mapa” das rotas de cicloturismo do ACP. Aliás, a rodovia Transcitrus executada pelo Governo Federal com recursos do Ministério do Turismo, vai ser “inaugurada” como trajeto de ciclismo de longa distância nesta data, já que está incluída no itinerário da prova.
Como já foi divulgado em ocasiões anteriores, essa modalidade de ciclismo não é competitiva mas sim de resistência, em que os participantes precisam completar a quilometragem total de 200 km em, no máximo, 13 horas e 30 minutos com autosuficiência, sem apoio externo, pedalando qualquer tipo de bicicleta desde que atendidos os quesitos de segurança, contando apenas com a parceria dos demais ciclistas caso necessário. Quem ultrapassa essa primeira fase se habilita a pedalar as fases seguintes de 300, 400 e 600 km, se pretender completar a série de Audax brasileira. O coroamento dessa modalidade ocorre na França a cada 4 anos com um “brevet” de 1.200 km que deve ser percorrido em 90 horas de pedal, com a participação de ciclistas de vários países.
Mas tem novidade no Audax do Vale do Caí. Os iniciantes que estão se decidindo e avaliando as dificuldades desse percurso que totaliza mais de 3.000 metros de altimetria acumulada, terão opção de encarar uma quilometragem reduzida, de 75 km, inseridos no mesmo roteiro. É o Desafio do Vale da Felicidade, cujo objetivo é incentivar ciclistas iniciantes a se aventurarem em pedaladas mais longas.

As inscrições estão abertas em sociedade.audax.org.br (acesse utilizando o link na coluna Links Obrigatórios, aqui ao lado), onde os interessados encontrarão informações mais detalhadas quanto ao percurso do Brevet e do Desafio, bem como opções de hospedagem, de alimentação, entre outras recomendações importantes.