domingo, 21 de novembro de 2010

PRÁ BAIXO TODO SANTO AJUDA. MAS PRÁ CIMA...

Pois é... Essa “subidinha” não deve ser muito fácil. O plano era percorrer 130 km para escalar 1.200m, mas nem sempre tudo está a favor. Aí vale a experiência do ciclista: para que vai se desgastar se pode descansar, conhecer melhor o local da parada, conversar com as pessoas, etc. O percurso foi dividido em dois para poder ser vencido. Estratégia acertada. E quem conhece o Petry sabe: uma parada prolongada, para ele, comunicativo como é, acaba sendo uma oportunidade de fazer amizades e trocar experiências.
Tenho acompanhado o percurso dessa viagem pelo Google Earth e é muito interessante observar as fotos que os viajantes vão adicionando. Dá uma boa noção das belezas e das dificuldades que o nosso companheiro está conhecendo e enfrentando pelo caminho. Uspallata já é passado. Ele agora vai atacar o último trecho de subida até alcançar a fronteira Chile-Argentina na localidade de Las Cuevas, a incríveis 3.500 m de altitude!!! E o Aconcágua – pico mais elevado das Américas – está logo ali ao lado, a 20km de distância. Dá prá imaginar o esforço para pedalar montanha acima, carregando 50 quilos de bagagem que já devem parecer 100 quilos. E tem o famigerado “mal das alturas”: o oxigênio vai ficando rarefeito, ou seja, a respiração fica mais difícil e o cansaço pega prá valer. Talvez seja necessário novamente partir o percurso em duas etapas – ou mais. Como saber? As condições do tempo podem se complicar, mas esperamos que não. Até agora deu tudo certo porque foi bem planejado. E a boa sorte, claro, deve continuar fazendo companhia ao nosso camarada.
A foto abaixo é para ele não se lamentar de ter levado muita bagagem!!!!
(Olha aí, alemão... não te queixa)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010


ELE JÁ ESTÁ QUASE LÁ

Há várias categorias de ciclistas. Há quem pedale por necessidade, de 2ª a sábado, para trabalhar. Há quem pedale por diversão aos domingos. Há quem pedale por esporte, mesmo que seja amador. Mas há quem pedale para sintetizar turismo, aventura e superação pessoal. Vamos incluir o nosso amigo Paulo Renato Petry nesta categoria.
Depois de ir de bicicleta até Brasília ele está quase concluindo seu novo desafio: viajar de Montenegro – RS a Santiago do Chile. Nesse momento (11 horas do dia 19 de novembro de 2010) ele deve estar iniciando a transposição da Cordilheira dos Andes. Ele partiu de Mendoza (Arg) a 800m de altitude e pretende alcançar Uspallata (Arg) a 1990m de altitude ainda hoje. Trata-se de uma escalada de, aproximadamente, 1.200m de desnível em 130 km de distância.
Já são vinte dias de estrada. Inicialmente o Paulo atravessou o pampa cortando o cone-sul da nossa América de leste a oeste. Só céu e campanha. Ele com ele mesmo. Agora esbarrou com a muralha natural que é a Cordilheira. Um paredão coberto de neves eternas. Sentiu-se “um ninguém”, como ele mesmo escreveu em seu blog (veja o link, ao lado, e acompanhe a viagem). “Um ninguém”...? Pois só quem percebe a dimensão da paisagem é que realmente é um alguém, consciente de sua própria condição e importância nesse contexto. Pequeno – mas fundamental – como um átomo.
Uma jornada como esta é antes de tudo uma jornada existencial. O sujeito volta pra casa com outra visão de mundo, com valores renovados e aprofundados. Espiritualidade, transcendência, auto-conhecimento... Seja o que for, tudo isto está muito além das condições físicas necessárias para a prática do ciclismo. A bicicleta para o Paulo Petry é apenas o veículo, um detalhe menor.
Eu admiro um cara desses.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010


Gurizada medonha

Pois é. Teve início neste dia 2 de novembro a temporada gaúcha de Audax série 2011. Quem organizou e promoveu foi a Sociedade Audax de Ciclismo, de Porto Alegre, comandada pela nossa amiga Sirlei Ninki. A mesma eficiência e organização de sempre, a mesma alegria e simpatia de sempre. O Audax é uma festa, uma grande confraternização, um reencontro de velhos amigos e momento de fazer novas amizades. Nosso grupo de montenegrinos teve algumas ausências, mas teve duas estréias que queremos registrar: o César da Rosa e o Jéferson Silva. Para nós, uns guris (com todo o respeito). Acontece que nós fomos levar os guris para passear e quase que eles é que nos trazem de volta para casa. É... a idade faz diferença, sim. Mas também não vamos “encher a bola” dessa gurizada nova, afinal, eu, pelo menos, cheguei meio seqüelado, mas cheguei. Não sei se foi por que recentemente troquei de bicicleta, mas o fato é que faltou um tempo para adaptação ao selim. A temperatura estava boa apesar do sol forte; o vento dessa vez estava a favor e ajudou muito no retorno; as pernas corresponderam. Então só me resta culpar o selim da bike nova. E os guris, com as patas soltas, querendo disparar lá na frente. O Thales, vovô do nosso grupo, de vez em quando precisava mandar a piazada se acalmar. Pô... qual é?
Se alguém ainda não sabe, em 2011 teremos a prova Paris-Brest-Paris, com 1.200 km a percorrer o interior da França. É a prova mais emblemática dessa modalidade de ciclismo de longa distância. Quem quiser se habilitar deve fazer a série a partir dos 200 km iniciais. Ainda haverá uma, neste ano (2010, válida para 2011) em Santa Cruz do Sul no próximo dia 20 de novembro. Quem quiser que já vá se preparando.
Na foto acima, a diplomação. Da esquerda para a direita: César da Rosa, Thales Moreira, Jeferson Silva e Augusto Wolff.